Skip to main content

Como acolher expectativas diversas e promover evolução conjunta

Nas empresas familiares, o convívio entre diferentes gerações não é apenas uma realidade: é uma condição para a continuidade. Jovens chegam com vontade de inovar, agir com liberdade e buscar propósito. Já os mais experientes carregam a história do negócio, o olhar estratégico e a sabedoria construída na prática. Longe de ser um conflito, essa convivência pode se transformar em uma das maiores fortalezas da organização.

Mas para isso acontecer, é preciso sair da lógica da imposição e entrar na lógica do encantamento. O engajamento das novas gerações não se conquista com discursos prontos ou obrigações familiares, mas com espaço para escuta, liberdade de contribuição e conexão afetiva com o legado. É necessário criar ambientes onde os jovens possam dialogar com a história da família, ao mesmo tempo em que projetam o futuro a partir de seus próprios interesses, competências e inquietações.

Na prática, isso significa:

  • Criar regras claras e construídas de forma conjunta sobre entrada na empresa, caminhos de desenvolvimento, papéis possíveis dentro e fora da gestão;
  • Estimular iniciativas de aprendizagem cruzada, como mentorias reversas, fóruns intergeracionais, projetos preaticos que abordam problemas reais;
  • Fortalecer a governança familiar, criando espaços para o engajamento dos jovens em conselhos, comitês, projetos estratégicos, inovação ou filantropia;
  • Reconhecer diferentes estilos de comunicação e trabalho, ajustando práticas e processos para acolher essa diversidade;
  • Formar lideranças com sensibilidade intergeracional, capazes de traduzir expectativas, mediar tensões e conduzir processos de desenvolvimento com participação efetiva de todos.

Famílias empresárias que conseguem trabalhar unindo esforços de diferentes gerações da família com inteligência emocional e regras bem definidas estarão mais preparadas, com pessoas mais comprometidas e resilientes. A longevidade do negócio não virá apenas da eficiência ou da tradição, mas da capacidade de promover cooperação verdadeira entre gerações, onde passado e futuro caminham juntos.