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O que restou do emprego
dos sonhos?

Nas empresas familiares, o trabalho nunca foi só sobre sustento, ele é continuidade, identidade, pertencimento e legado. Mas e quando o próprio sentido de “trabalho” muda? Quando nem o chamado “emprego dos sonhos” está a salvo, o que acontece com as relações profissionais, e emocionais, dentro das empresas?

Seja bem-vindo à primeira edição da Evoluir, a newsletter da Evoa. Um espaço para quem entende que, no universo das empresas familiares, o aprendizado nunca termina, ele apenas se transforma. Nesta edição, queremos provocar: o que é, hoje, um bom lugar para trabalhar? E como nos preparamos para enfrentar essa mudança? Minha empresa está pronta? Como eu sou afetado e como preparo meu time e as novas gerações?

Na Evoa, acreditamos que aprender é evoluir. E que, em um mercado em constante mudança, talvez o novo sonho não seja um cargo, mas sim um espaço onde se possa criar, pertencer e se reinventar.

Olhar Evoa

O caso recente das demissões na Duolingo acendeu um alerta em quem achava estar protegido pelas credenciais do “trabalho dos sonhos”. A empresa, referência de propósito, inovação e cultura moderna, ficou conhecida por sua comunicação criativa, ambiente descontraído e por atrair jovens talentos do mundo todo em busca de mais do que um bom salário: buscavam significado, leveza e impacto. Mas, mesmo com essa aura tão desejável, no início do ano a Duolingo demitiu dezenas de profissionais humanos e anunciou foco total em IA. Sim, isso mesmo, Inteligência Artificial literalmente substituindo força humana. 

Como um choque para muita gente, a pergunta que fica é: afinal, se nem as carreiras mais cobiçadas da nova economia estão a salvo da automação, o que resta? Ou talvez esse seja o empurrão que faltava para fazermos uma pergunta ainda mais honesta: o que é, afinal, um bom emprego? Estabilidade, reconhecimento, liberdade, criatividade? Uma dessas ou todas elas juntas?  E como nos preparamos para esse novo cenário?

A tal reconfiguração do modo de trabalho, sobre a qual tanto se fala e que, na prática, ainda assusta quando chega, tem efeitos profundos na sociedade como um todo. Mas quando olhamos pela lente das empresas familiares, onde tradição tende a ter um peso maior, essa transformação pode ser ainda mais sensível. Mas também é urgente.

Aqui na Evoa, discutimos com frequência como as empresas familiares são percebidas como ambientes mais resilientes: vínculos fortes, menor rotatividade, uma cultura que valoriza a confiança. Mas essa mesma estrutura, que oferece solidez, pode dificultar movimentos de mudança. E quando a nova economia exige não só atualização de processos, mas reconfiguração da cultura empresarial, muitos gestores se veem diante de decisões que não são simples, nem puramente racionais.

Mas o que é fato e o que é ruído, na prática?

→ Para começo de conversa, os jovens, que ingressam em um mercado instável, muitas vezes dentro da própria empresa da família, trazem novos códigos: valorizam fluidez, autonomia, propósito e espaço de criação. Querem contribuir, e também querem ser ouvidos.

Adaptar-se a essas demandas será essencial se sua empresa quer se manter atrativa para a nova geração.

→ Já os profissionais de longa data, tidos como pilares da operação e da confiança dos fundadores, enfrentam o desafio duplo de se atualizar tecnicamente e ressignificar o próprio lugar.

→ E aí a batalha se forma: a tensão entre preservar valores e permitir transformações é constante, necessária e emocionalmente exigente.

Nesse contexto, adotar uma escuta mais sensível aos “não ditos” e às emoções que influenciam decisões e ações pode ser uma grande aliada. Isso nos permite compreender melhor os impactos sistêmicos e simbólicos das mudanças e favorece nossa adaptação às novas práticas exigidas pelo cenário atual.

O trabalho, especialmente em empresas familiares, raramente é só trabalho: ele é formador de identidade, traduz um compromisso com um sonho, um legado.  Quando o mercado quebra suas promessas, o abalo não é apenas financeiro, é também psíquico. O desejo de contribuir, o senso de pertencimento, o valor pessoal entram em xeque.

E aí, talvez, a pergunta mais importante não seja “como competir com a IA?” ou “como preparar os times para o futuro?”. Mas sim: como manter o desejo vivo num contexto em que as antigas referências se desfizeram?

Talvez o “emprego dos sonhos” não seja mais um crachá ou um cargo. Talvez seja um lugar onde se possa criar, contribuir, pertencer, mesmo com limites e incertezas. E talvez as empresas familiares, com sua escala mais humana, possam ser um dos melhores lugares para isso acontecer.

Já imaginou esse futuro?

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Uma análise de Mustafa Suleyman — cofundador da DeepMind e CEO da Microsoft AI — sobre como a inteligência artificial e a biotecnologia estão prestes a remodelar radicalmente o mundo.

Para se Inspirar

Oferecemos programas de  Aprendizagem Corporativa in Company, que abordam desafios específicos das famílias empresárias. Escutamos a sua demanda, elaboramos um breve diagnóstico e a partir desse entendimento criamos juntos uma solução. Nesse processo, definimos as dinâmicas de ensino-aprendizagem que garantam os resultados desejados. O objetivo é entregar uma experiência prática, utilizando projetos, casos reais, simulações e desafios concretos da sua empresa. Valorizamos o seu conhecimento interno e somos facilitadores do diálogo e das trocas de experiências e conhecimentos entre os participantes. Na Evoa, só acreditamos na aprendizagem capaz de promover mudanças e evolução.

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