O que faz uma empresa durar? A longevidade nas empresas familiares não nasce da sorte, mas da capacidade de revisitar o que já está posto, de proteger o essencial e transformar o que o tempo pede para mudar. Cada geração herda algo que precisa cuidar e outra parte que precisa recriar. Saber distinguir uma da outra é o verdadeiro exercício de liderança ao longo do tempo. Porque fazer uma empresa durar é, no fundo, escolher continuar aprendendo.
Em empresas familiares, longevidade não é sinônimo de resistência, mas de reinvenção contínua. O mito de que “toda empresa familiar fracassa na terceira geração” já foi amplamente revisado. Segundo a Harvard Business Review, o problema não está nas gerações, mas na falta de adaptação: as empresas que sobrevivem são aquelas que conseguem evoluir sem perder o sentido e o espírito empreendedor que as originou.
Quando o tempo deixa de ser obstáculo e passa a ser estratégia, o jogo muda. Essa capacidade de atravessar o tempo está no modo como as famílias pensam a gestão e no quanto estão dispostas a revisar suas próprias verdades.
No Japão, por exemplo, onde estão algumas das companhias mais antigas do mundo, o segredo está menos na inovação radical e mais na consistência. Como mostra a BBC, mais de 40 mil negócios japoneses têm mais de cem anos e muitos deles ainda liderados por sucessores que veem a empresa não como propriedade, mas como uma missão de vida. Lá, tradição e continuidade são cultivadas com a mesma disciplina com que se transmite um ofício e a mentalidade que rege é “mudar o necessário, sem trair a essência”.
Essa mentalidade também ecoa na Europa. A Bloomberg observa que as famílias empresárias que melhor atravessaram crises são aquelas que transformaram a história em estratégia. Quando o passado é tratado como bússola, e não como âncora, ele se torna o ativo mais resiliente que uma marca pode ter.
A longevidade, portanto, não depende apenas da paixão empreendedora, mas da arquitetura que sustenta o negócio. A Entrepreneur mostra que empresas que chegam aos cem anos compartilham três práticas comuns: finanças pacientes, sucessão contínua e uma governança que aprende com o tempo. Já a Forbes reforça que o segredo das empresas de cinco gerações ou mais está em tratar cultura como produto, sucessão como processo e liquidez como ferramenta, não como fim.
Sejam quais forem os pilares, o desafio, no entanto, vai além da estrutura. A Forbes Finance Council aponta que proteger o legado é também proteger o contexto. Como? Investindo nas pessoas, na comunidade e nas causas que sustentam o negócio. O verdadeiro ativo de longo prazo não é a marca, mas o ecossistema que a mantém viva.
Por isso, as empresas que atravessam gerações são aquelas que cultivam a capacidade de se perguntar, continuamente, o que ainda faz sentido. A continuidade só tem valor quando vem acompanhada de consciência. A boa governança é aquela que promove comunicação, cria confiança e forma acionistas felizes e responsáveis, não apenas herdeiros.
Longevidade e inovação não são opostos: são forças complementares. A lista das 100 empresas mais influentes do mundo em 2025, segundo a TIME, são uma bússola para o que nos espera no futuro.
A McKinsey lembra que as companhias realmente prontas para o futuro são aquelas que se organizam de forma viva: menos hierárquica, mais conectada e com líderes capazes de aprender mais rápido do que o ambiente muda.
Dicas para se manter atualizado
O livro de Mariana Moura, fundadora da Evoa, questiona a crença de que a governança corporativa é uma solução mágica para os dilemas das empresas familiares. Em vez disso, ela revela as camadas humanas e relacionais por trás da sucessão — dilemas dos herdeiros e o desafio de equilibrar tradição e renovação. É um olhar profundo sobre o que realmente sustenta a longevidade de um negócio.
Na palestra The Smell of the Place, o professor Sumantra Ghoshal fala sobre como a cultura de uma empresa é sentida — quase como o ar que se respira. Ele mostra que ambientes sufocantes geram conformismo, enquanto culturas vibrantes inspiram energia e propósito. É um lembrete poderoso de que não basta estruturar regras de governança: é preciso cultivar o clima certo para que as pessoas queiram — e possam — dar o seu melhor.
Na conversa entre o psicanalista Christian Dunker e Mariana Moura, fundadora da Evoa, o tema do poder e da autoridade ganha novas camadas a partir dos dilemas das empresas familiares. A entrevista aconteceu em 2021, mas continua super atual, enquanto Dunker explora a diferença entre o poder que se impõe e a autoridade que se conquista — essa que nasce da autoria, do reconhecimento e da escuta —, Mariana conecta essas ideias à realidade de famílias empresárias, onde sucessão, afeto e hierarquia frequentemente se confundem. Juntos, eles mostram que a continuidade de um negócio depende menos do controle e mais da capacidade de criar espaços de diálogo, autonomia e sentido compartilhado entre gerações.
Um curso presencial em São Paulo criado para herdeiros, acionistas e membros de famílias empresárias que querem atuar com mais clareza, influência e segurança no seu papel. A imersão propõe uma jornada de autoconhecimento e prática, que mergulha nas dinâmicas emocionais, comportamentais e sistêmicas das empresas familiares.
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